PRAZER EM TRABALHAR COM A AGRICULTURA

A comunidade Belo Monte, localizada a 42 km da cidade de Oeiras, no Piauí , é uma região de potencial econômico bem diversificado, mas que tem uma agricultura familiar que garante a sobrevivência e o bem estar de diversas famílias.  Dona Maria Inês Rodrigues da Silva Santos, casada com o senhor Dourival Martins dos Santos e mãe de 3 filhos, é uma líder atuante nas atividades agropecuárias. Mesmo morando sozinho, o casal trabalha muito para garantir o sustento do dia a dia, pois seus filhos constituíram suas próprias famílias morando em outros municípios.

Seu Dourival conta que não foi fácil deixar seus filhos saírem de casa: “ meus filhos são tudo que eu tenho e sofri muito com a ausência deles, mas eu hoje entendo, pois todos nós precisamos ter nossa própria vida e, além do mais, assim que eles podem sempre nos visitam” diz seu Dourival um pouco triste.

Atualmente, o casal desenvolve atividades agropecuárias bem diversificadas: cultivo de frutas e hortaliças; criação de aves e ainda criação de peixes em um laguinho, além de cultivar as culturas anuais arroz, feijão, milho, mandioca etc.  Pois o que era seco e quase sem vida, devido a falta de água naquele quintal, passou a dar frutos, conseguindo assim alcançar uma renda que D. Maria Inês considera bastante satisfatória, sobretudo se comparada á época em que a família tinha como fonte de água, apenas um  poço comunitário e um laguinho.

Dona Maria Inês conta o quanto a cisterna pequena mudou e vem mudando a realidade vivenciada por ela: “ Tenho o imenso prazer em trabalhar com agricultura, pois quando vejo tudo verdinho com meus canteiros e minhas frutinhas... e também tem minhas galinhas, meu laguinho com os peixes, bom isso me dá um prazer tão grande que fico até sem palavras para descrever, pois a emoção é muito grande de viver feliz em um lugarzinho como esse. Isso só aconteceu por causa da cisterna pequena, depois que ela chegou pude destinar boa parte da agua já existente para as planta do meu quintal ”,  conta D. Maria Inês com um sorriso no rosto. E acrescenta ainda “tô muito feliz com a possibilidade de aumentar ainda mais meu quintal, que essa cisterna-calçadão  grande venha logo, pois vai me ajudar demais aqui”.

A família apresenta o semiárido como uma terra de gente batalhadora que não tem medo de encarar as dificuldades encontradas pelos caminhos, e que sempre acreditam que dias melhores virão pela frente.

Com o uso de tecnologias simples e viáveis como a das cisternas, a realidade hoje vivenciada pela família é muito diferente da vivida anteriormente, porque houve um aumento significativo na produção de alimentos.  O casal tornou-se um importante fornecedor de produtos da Agricultura Familiar para o programa PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). Seus produtos são vendidos através da Associação de Moradores da Comunidade Cocos, no município de Oeiras.

 O casal comenta que enfrentaram muitas dificuldades, pois sempre viveram da roça e de algumas diárias que seu Dourival dava como pedreiro para ajudar nas despesas da casa e na formação escolar dos 3 filhos. Um dos filhos é formado em agropecuária, formação essa adquirida através da Escola Família Agrícola.  O esforço e a perseverança do casal sempre foram para ter melhores condições de vida no semiárido.

CISTERNA-ENXURRADA

Conviver com a diversidade do semiárido é fácil e prazeroso, bastando, para isso, observar a natureza, respeitar suas peculiaridades e potenciais, os conhecimentos produzidos pelas famílias agricultoras nas estratégias de estocagem de água e foragem para os animais. Valorizar as estratégicas de estocagem é também disputar espaço e fortalecer um novo modelo de desenvolvimento que parte da diversificação da produção, assegurando renda, geração de conhecimento e soberania alimentar as famílias.

Cisterna enxurrada é uma tecnologia social que serve para armazenar á agua da chuva e tem ajudado a melhorar a qualidade de vida de muitas famílias no semiárido. Pois como sabemos uma das maneiras de garantir água para a família do semiárido é a construção de cisternas.

A cisterna - enxurrada utiliza o terreno como área de captação. Para filtragem da água são utilizado dois tanques de decantação, essa água escoa através de canos para a cisterna que tem capacidade para guardar ate 52 mil litros de água. Esta cisterna enxurrada é construída dentro da terra, ficando somente a cobertura de forma cônica acima da superfície. A água da chuva escorre pela terra, antes de cair para a cisterna, passa por duas ou três pequenas caixas, uma em seguida da outra, a função dessas caixas, ou decantadores, é reter a areia que vem junto á água para que não cheguem ao fundo da cisterna.

As famílias que acessam o P1+2 recebem informações sobre como usar a água da cisterna com cuidado e evitando desperdícios, isto acontece através das capacitações em Gestão de Água para a Produção de Alimento – GAPA e Sistema Simplificado de Manejo de Água para a Produção de Alimento – SISMA.

Para as comunidades serem beneficiada com o Projeto Uma Terra e Duas Água (P1+2) elas devem primeiro montar uma Comissão Municipal, essas comissões são formadas por (Sindicatos, Igrejas, Grupos de Jovem e etc.) Entre os critérios que uma família deve apresentar para conquistar o Implemento, é ser de baixa renda, com renda de até meio salário mínimo, famílias que sejam que atendidas pela politica de ATER (assistência técnica rural) do programa Brasil sem miséria.

É muito importante que as famílias que conquistarem a cisterna-enxurrada se organizem, participem de sua construção e aprenda novas maneiras de se produzir a partir da agroecologia e, assim possam gerar saúde para si e para a comunidade.

 As família beneficiada com a cisterna, tem o dever de zelar por seu implemento como: conservar a área de captação limpa construir uma cerca de proteção que evite a entrada de pessoas e animais, não deixar a água parada no decantador, manter a cisterna sempre fechada para não haver contaminação da agua e evitar acidentes, entre outros cuidados necessários.

Se o Centro Educacional São Francisco de Assis – CEFAS e Articulação do semiárido Brasileiro - ASA junto ao BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Social, não valorizassem os saberes do povo do semiárido, não haveria experiências bem-sucedidas. Por esse motivo, que o CEFAS e a ASA, incentivam a participação, a troca de experiências e a construção coletiva do conhecimento, por meio de intercambio e da sistematização de tecnologia social de manejo sustentável da terra e da água, ou seja, de conivência com o semiárido.

DEBATE SOBRE O PROGRAMA PAA (PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS)

Fonte: Ceará Agora

No último dia 18 de junho de 2014 houve uma mesa redonda no estúdio da Rádio FM Educativa Cristo Rei, para falar sobre Programa PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) programa esse que vem ajudando muito agricultores dos municípios de nossa Região.

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) promove o acesso a alimentos às populações em situação de insegurança alimentar e promove a inclusão socioeconômica no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar.

O debate contou com a participação do Padre João de Deus de Carvalho Leal, Claudevândio Macedo diretor da Rádio FM Educativa Cristo Rei, do Agricultor e atual presidente do assentamento Marambaia, o senhor Francisco dos Santos Sepúlveda, mais conhecido como Seu Preto e do técnico do CEFAS Joselito dos Santos Silva.

No debate foi abordada principalmente a questão do SIM (Selo de Inspeção Municipal) que deverá ser aprovado na próxima segunda feira dia 23 de junho na Câmara Municipal de Oeiras.

Lideranças da agricultura familiar e representantes das Associações de Comunidades e Assentamentos estarão presentes para reivindicar a aprovação do Selo e manifestar aos Vereadores a importância desta aprovação para os agricultores familiares do município.

Segundo o Agricultor Francisco dos Santos (Seu Preto) a aprovação do SIM vai fazer com que pequenos agricultores tenham mais garantia sobre a venda de seus produtos, além de gerar recursos que irão circular em nosso Município.

CISTERNA - CALÇADÃO

 Cisterna- calçadão é uma tecnologia que guarda a água da chuva e tem ajudado a melhorar a qualidade de vida de muitas famílias agricultoras no semiárido brasileiro.

O próprio nome já diz: é uma cisterna com capacidade de estocar até 52 mil litros de água, ligada a um calçadão de 200 metros quadrados que serve com área de captação da água das chuvas. Essa água escorre do calçadão até a cisterna através de um cano que liga um ao outro.

 Cisterna calçadão tem uma grande utilidade para as famílias agricultoras do semiárido que sofrem com a falta de água no período de estiagem,  pois este implemento potencializa o quintal produtivo, no cultivo de alimentos diversificados para consumo das famílias através do plantio de hortas, plantas medicinais, criação de animais, além de utilizar o calçadão para secagem de produtos como feijão, milho, goma e a casca e a maniva da mandioca que, passadas na forrageira, servem de alimento para os animais e para outros usos.

As cisternas-calçadão aumenta a disponibilidade de água para as famílias, possibilitando a diversificação da produção. Com isso, os agricultores e as agricultoras podem garantir sua soberania e segurança alimentar e nutricional.

É importante também difundir a viabilidade da cisterna- calçadão, no sentido de que ela se tornar uma ação de políticas publica de convivência com o Semiárido brasileiro.

Para conservar um beneficio como este da cisterna calçadão, é necessário que construa uma cerca de proteção, que evite a entrada de animais. A família deve assumir a responsabilidade de sempre fazer algum reparo sempre que necessário, além de outros cuidados como: manter a cisterna sempre fechada, tirar a água com a bomba de repuxo-manual, pintar a cisterna com cal branca sempre antes de iniciar o período chuvoso, fazer, de imediato reparo na cisterna e no calçadão sempre que aparecerem fissuras e rachaduras.

A cisterna – calçadão, assim como diversas experiências implementadas pela Articulação do Semiárido Brasileiro -ASA junto ao Centro Educacional São Francisco de Assis -CEFAS e o BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Social, é resultado do conhecimento e de experiência acumulada dos agricultores e das agricultoras familiar do semiárido brasileiro.

 

 

DIA DA AGRICULTURA FAMILIAR EM OEIRAS

O dia 13 de junho 2014 dia de Santo Antônio foi escolhido pelo Banco do Nordeste para celebra o dia da Agricultura familiar, na cidade de Oeiras.

No evento, os 17 municípios que constitui o Território da Cidadania Vale do Canindé estavam representados no auditório do Santaninha.

O encontro contou, também com a participação de autoridades federais, estaduais e municipais; representantes da Superintendência do Piauí e Direção geral do Banco do Nordeste.

Agricultores de vários municípios tiveram a oportunidade de expor seus produtos, como no caso do senhor Luís Costa e Silva da Comunidade Boca da Vereda, município de Oeiras. Segundo o agricultor familiar eventos como esse são muito proveitosos: “é uma oportunidade única e muito boa de divulgar os produtos produzidos na nossa região, pois é nesse tipo de encontro que agricultores como eu ganhamos espaço no mercado. Seria muito bom se estes eventos ocorressem com frequência”.

Durante o encontro, aconteceram várias atividades direcionadas para os agricultores: palestras, ações de cidadania, emissão de documento, medição de pressão arterial dentre outros apresentaram-se, inclusive, diversas atrações culturais da região.