Passado o momento das
eleições municipais, O DRAMA DA SECA CONTINUA. O povo do sertão piauiense,
cerca de UM MILHÃO DE PESSOAS, está convivendo novamente com o sofrimento,
causado por mais um período de grande seca, fenômeno climático natural da
região. Hoje, são cerca de 174 municípios, onde a perda de produção de
alimentos é estimada em 85%, gerando muita fome e também escassez de água para
o consumo humano e animal.
De acordo com os
agricultores e agricultoras rurais, as regiões mais atingidas são Oeiras, São
Raimundo Nonato, Picos, Simões, Simplício Mendes, e outros. Os municípios
dessas grandes regiões enfrentam a pior seca dos últimos tempos. A gravidade da
situação é maior que a provocada pela GRANDE SECA DE 1932, quando foram
registrados, milhares de óbitos, perda total da produção e dos rebanhos.
A seca atinge também diretamente
os valores éticos, quando as pessoas, extremamente, necessitadas trocam seus
direitos de cidadania, o voto por exemplo, por água, por um prato de comida,
por uma camiseta, por uma consulta medica etc. Os efeitos de um período de
estiagem agravam ainda mais as condições de um povo que já vive em situação
permanente de extrema pobreza.
São milhares de famílias
jogadas no abandono e nos braços da miséria. As pessoas deixam de se
reconhecerem até mesmo como pessoas cidadã, filhas de Deus e como igual direito
a vida plena e digna. “Eu vim para que todos tenham Vida...”(Jo.10,10).
Dai surge os grandes desafios
e a oportunidade de se questionar sobre qual é o verdadeiro papel
do Governo do Estado, dos Prefeitos e da Sociedade diante dos problemas
cruciais que atingem seus sujeitos. Qual tem sido o comportamento e o
compromisso dos governantes diante do sofrimento e do clamor do povo piauiense?
Como foi e é a gestão e a aplicação das vultosas quantias de recursos
financiados, destinados ao povo do Piauí, durante os anos de seca?^
São séculos e séculos
de grandes investimentos no semiárido do Piaui. De promessas, desculpas e
propagandas enganosas. Muito dinheiro publico destinado á região, mas desviados
outros fins ou aplicado inadequadamente em grandes projetos, que ao longo dos
anos consolidou a “ Industria da Seca” e fortaleceu grande parte do poder
politico no Estado, através da pratica da corrupção, do clientelismo,
assistencialismo. Concentrando cada vez mais a terra e a água e gerando mais
migrantes em situação de vulnerabilidade para as periferias dos centros
urbanos, pessoas desinformadas, analfabetas e famintas. Esse é o legado de uma
história perversa da famigerada “INDUSTRIA DA SECA” e seus adepto, ATÉ QUANDO?
Fonte: Boletim Informativo da Cáritas Brasileira Regiona do Piauí
Carlos Umberto Campos – Sociólogo e assessor da Cáritas Brasileira
regional – PI
Postado por: Joselito