Em 1972 criou a Comissão Justiça e Paz de São
Paulo e, como presidente regional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), liderou a publicação do “Testemunho de paz”, documento com fortes
críticas ao regime militar que ganhou ampla repercussão à época.
Em 1980, acompanhou a primeira visita do papa João Paulo II ao Brasil. Em São
Paulo, João Paulo II falou no estádio do Morumbi para 200 mil operários.
Atuou contra a invasão da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUC-SP) em 1977, que foi comandada pelo coronel Erasmo Dias, à época
secretário de Segurança, e articulou a operação para entregar ao presidente dos
Estados Unidos, Jimmy Carter, uma lista com os nomes de desaparecidos
políticos.
Também teve papel importante em favor das vítimas da ditadura na Argentina, em
1976. O ativista de direitos humanos argentino Adolfo Perez Esquivel, ganhador
do Prêmio Nobel da Paz em 1980, disse que foi "salvo duas vezes" por
dom Paulo Evaristo Arns durante a ditadura no Brasil.
Presidiu celebrações
históricas na Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, em memória de vítimas da
ditadura militar. Dentre eles, do estudante universitário Alexandre Vannucchi
Leme, assassinado em 1973, e o ato ecumênico em honra do jornalista Vladimir Herzog,
assassinado no DOI-CODI, em São Paulo, em 75. D/Arqu
Em 1983, foi um dos criadores da Pastoral
da Criança, com o apoio de sua irmã, Zilda Arns, que morreu no terremoto de
2010 no Haiti, onde realizava trabalhos humanitários.
Em 28 anos de arcebispado, criou 43
paróquias, construiu 1.200 centros comunitários, incentivou e apoiou o
surgimento de mais de 2000 comunidades eclesiais de base (CEBs) na capital
paulista.
Por seus feitos, recebeu inúmeros prêmios e
homenagens no Brasil e no exterior. Dentre eles, o Prêmio Nansen do Alto
Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), o Prêmio Niwano da Paz (Japão) e o
Prêmio Internacional Letelier-Moffitt de Direitos Humanos (EUA), além de 38
títulos de cidadania.
Seu funeral na Catedral da
Sé, na capital paulista, é aberto ao público e conta com a celebração da Missa
a cada duas horas. Muitos fiéis participam da celebração e deixam seu
adeus a Dom Arns. O sepultamento será nesta sexta-feira, 16, na cripta da
catedral.
Postagem: José Oliveira
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