quarta-feira, 21 de outubro de 2015

13ª Romaria da Terra e da Água do Piauí em Oeiras

Aconteceu em Oeiras-PI nos dias 17 e 18 de outubro de 2015 a 13ª Romaria da Terra e da Água do Piauí que teve como tema: “Direito dos Povos, garantia de Vida e Paz” e como lema: “Eu darei esta terra à sua descendência” (Gn 12,7).
No dia 17 logo após a acolhida dos romeiros nas famílias, aconteceram na parte da tarde 04 seminários temáticos: o Canaã com o tema “Deus criou a Terra para a sua descendência”; o Samaria com o tema “ Água, fonte de vida para todas as criaturas”; o Cerrado com o tema “Grande projetos e impactos ambientais”; o Betânia com o tema “Migração forçada e trabalho escravo ameaçam a vida e a paz”.

Os jovens também tiveram participação no evento. Durante a tarde aconteceram muitas discussões e debates na Tenda da Juventude, armada na sala da capela da Rádio FM Educativa Cristo Rei.
Na noite do sábado (17) ocorreu a socialização dos debates e apresentações de reivindicações. Além das propostas e objetivos da Romaria elencadas pelo Carlos Humberto o padre Geraldo Gereon também denunciou vários casos sobre a ferrovia Transnordestina (o maior carro-chefe de obras do Governo Federal e que promoveu a visita da presidente Dilma Rousseff ao Piauí este semestre) e também sobre a contaminação de rios no Sertão do Piauí. O padre, mostrando provas e documentos, lembrou sobre a importância das organizações sociais e das lutas coletivas.

A partir das 04h da manhã do dia 18 houve a caminhada dos romeiros que saíram do Morro do Leme até a Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória. Durante o percurso houve três paradas: A primeira delas foi na frente do prédio da Justiça Eleitoral. Os romeiros pediram mais justiça, maior rapidez no julgamento de casos, principalmente os de corrupção. Deixaram um cartaz na porta, lembrando que a romaria passou por ali.

A segunda parada foi em frente ao Hospital Regional Deolindo Couto. Cobrou-se mais empenho dos governantes sobre a saúde. Pediu-se o fim da ambulancioterapia (que é a tática usada na maioria das cidades do Piauí de empurrar o doente, em uma ambulância para uma cidade maior, geralmente Teresina). Também foram cobradas maior rapidez sobre os tratamentos para quem tem doenças crônicas. Três cruzes, representando o calvário, foram deixadas no lado do hospital.

A terceira foi na ponte sobre o riacho da Mocha (local que gerou a fundação do Piauí. Os romeiros lamentaram sobre a morte do riacho, bem como a poluição de rios e nascentes. Atores fizeram performances e três potes de água (cada um dos grandes rios do Piauí) foram jogados no Mocha. Também pediu-se celeridade sobre casos ambientais no estado. A romaria seguiu por uma estrada vicinal, aberta para dar lugar a um loteamento de luxo, ao lado do riacho morto.

A caminhada seguiu para a Praça das Vitórias, onde foi celebrada a Santa Missa, no adro da Igreja catedral, encerrando o evento religioso e de cunho social. Antes da celebração os romeiros foram acolhidos na praça, pelo coral Madrigal que entoou o hino da Romaria e em seguida o povo acolheu a bandeira do Divino, trazida pela família guardiã da imagem do Divino Espírito Santo. Com todas as manifestações de acolhida, teve início à missa, momento celebrativo de muito fervor missionário. No final da celebração os bispos presentes fizeram um momento de bênção mariana com a imagem de Nossa Senhora da Vitória, padroeira de Oeiras e do Piauí.

Em sua homilia durante a celebração, dom Juarez Sousa, bispo de Oeiras, fez críticas a busca desenfreada pelo poder e dinheiro, onde o desejo do ter é mais importante do que a vida e onde a natureza, o homem do campo e as pessoas mais pobres são as grande vítimas. “É preciso lutar pelos direitos dos povos, garantindo paz na promoção da vida e no favorecimento dos que mais sofrem”, concluiu Dom Juarez.


Fontes: Orlando Berti, Diocese de Oeiras.
Edição: José Inácio Madeira