Aconteceu em Oeiras-PI nos
dias 17 e 18 de outubro de 2015 a 13ª Romaria da Terra e da Água do Piauí que
teve como tema: “Direito dos Povos, garantia de
Vida e Paz” e como lema: “Eu darei esta terra à sua descendência” (Gn 12,7).
No dia 17
logo após a acolhida dos romeiros nas famílias, aconteceram na parte da tarde
04 seminários temáticos: o Canaã com
o tema “Deus criou a Terra para a sua descendência”; o Samaria com o tema “ Água, fonte de vida para todas as criaturas”;
o Cerrado com o tema “Grande projetos
e impactos ambientais”; o Betânia com
o tema “Migração forçada e trabalho escravo ameaçam a vida e a paz”.
Os jovens
também tiveram participação no evento. Durante a tarde aconteceram muitas
discussões e debates na Tenda da Juventude, armada na sala da capela da Rádio
FM Educativa Cristo Rei.
Na noite do
sábado (17) ocorreu a socialização dos debates e apresentações de
reivindicações. Além das propostas e objetivos da Romaria elencadas pelo
Carlos Humberto o padre Geraldo Gereon também denunciou vários casos sobre a
ferrovia Transnordestina (o maior carro-chefe de obras do
Governo Federal e que promoveu a visita da presidente Dilma Rousseff ao Piauí
este semestre) e também sobre a contaminação de rios no Sertão
do Piauí. O padre, mostrando provas e documentos, lembrou sobre a importância
das organizações sociais e das lutas coletivas.
A partir
das 04h da manhã do dia 18 houve a caminhada dos romeiros que saíram do Morro
do Leme até a Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória. Durante o percurso
houve três paradas: A primeira delas foi na frente do prédio da Justiça
Eleitoral. Os romeiros pediram mais justiça, maior rapidez no julgamento de
casos, principalmente os de corrupção. Deixaram um cartaz na porta, lembrando
que a romaria passou por ali.
A segunda
parada foi em frente ao Hospital Regional Deolindo Couto. Cobrou-se mais
empenho dos governantes sobre a saúde. Pediu-se o fim da ambulancioterapia (que
é a tática usada na maioria das cidades do Piauí de empurrar o doente, em uma
ambulância para uma cidade maior, geralmente Teresina). Também foram cobradas
maior rapidez sobre os tratamentos para quem tem doenças crônicas. Três cruzes,
representando o calvário, foram deixadas no lado do hospital.
A terceira foi na ponte sobre o riacho
da Mocha (local que gerou a fundação do Piauí. Os romeiros lamentaram sobre a
morte do riacho, bem como a poluição de rios e nascentes. Atores fizeram
performances e três potes de água (cada um dos grandes rios do Piauí) foram
jogados no Mocha. Também pediu-se celeridade sobre casos ambientais no estado.
A romaria seguiu por uma estrada vicinal, aberta para dar lugar a um loteamento
de luxo, ao lado do riacho morto.
A
caminhada seguiu para a Praça das Vitórias, onde foi celebrada a Santa Missa,
no adro da Igreja catedral, encerrando o evento religioso e de cunho social.
Antes da celebração os romeiros foram acolhidos na praça, pelo coral Madrigal
que entoou o hino da Romaria e em seguida o povo acolheu a bandeira do Divino,
trazida pela família guardiã da imagem do Divino Espírito Santo. Com todas as
manifestações de acolhida, teve início à missa, momento celebrativo de muito
fervor missionário. No final da celebração os bispos presentes fizeram um
momento de bênção mariana com a imagem de Nossa Senhora da Vitória, padroeira
de Oeiras e do Piauí.
Em sua homilia durante a celebração,
dom Juarez Sousa, bispo de Oeiras, fez críticas a busca desenfreada pelo poder
e dinheiro, onde o desejo do ter é mais importante do que a vida e onde a
natureza, o homem do campo e as pessoas mais pobres são as grande vítimas. “É
preciso lutar pelos direitos dos povos, garantindo paz na promoção da vida e no
favorecimento dos que mais sofrem”, concluiu Dom Juarez.
Fontes:
Orlando Berti, Diocese de Oeiras.
Edição:
José Inácio Madeira
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