A compreensão e a clareza das idéias traz à
lume a verdade e o gosto pelas coisas. Desde pequenos, todos os anos,
experimentamos as mesmas datas: feriados, aniversários, dias santos…
O tempo passa e, as
forças, os motivos, as razões e as causas dos acontecimentos sugeridos pelas
datas, vão sofrendo variações de conteúdo e valor. Até ai parece muito natural
pois, quanto mais distante da origem de algo, tanto mais a dificuldade de compreendê-lo.
Novidades perigosas. O que pesa mais,
entretanto, é que a nossa memória é muito curta e o interesse pelas causas das coisas importantes é insuficiente
para nos levar a cultivar a originalidade dos acontecimentos. Sendo assim, a
verdade sobre as riquezas de nossa história, perpetuadas pelas datas
comemorativas, vão sofrendo a depreciação da nossa ignorância que, amontoa
sobre aquilo que
não compreendemos, valores e conteúdos que não lhes dizem respeito e não lhe
pertencem.
Neste sentido, o que
aconteceu com a Páscoa é o mesmo que tem acontecido com tantas datas
comemorativas: foram invadidas por “novidades” e”
valores” que, ao
invés de lhes dar mais sentido e compreensão, degradaram e corromperam a sua
originalidade. “Jogou-se fora as raízes, para ficar com as folhas”.
Mudanças
comprometedoras. As mudanças geradas
pela tecnologia crescente, pelo comércio, pela industrialização, pela
moda, pelos meios de comunicação social, foram determinando novos
comportamentos, novas práticas, novos relacionamentos e novos valores que,
impuseram nova concepção sobre a história e os acontecimentos nela existentes.
Com todas as conquistas da modernidade, as pessoas ganharam mais coisas mas,
não ganharam mais ser; não ganharam mais interioridade. Pelo contrário,
fomos habitados pelas coisas e pela matéria e, cada vez mais, estamos sendo
esvaziados. O prejuízo é nosso!
Páscoa-Passagem. A Páscoa é símbolo
e realização da passagem de uma vida enraizada ao egoísmo para uma vida
comprometida com o amor e a fraternidade. A Sagrada Escritura descreve a
peregrinação do povo de Deus que sai do estado de escravidão no Egito e caminha
em direção à terra prometida. Lá, na terra onde corre leite e mel, se
constituiria a nova sociedade, onde Deus é o único senhor, o único legislador e
o único juiz.
Provocação para fazer
o bem. Hoje a fé cristã é
mais solicitada para demonstrar na prática diária a presença do Bem que vence o
mal e a morte; no amor não egoísta que partilha com o próximo a vida e os bens
necessários para que ela exista condignamente. E para nos manter com os pés no
chão, no realismo da vida, lutar pelo Bem supõe enfrentar sacrifícios e cruzes.
A história da cruz de Cristo não nos deixa dúvida sobre esta verdade.
Páscoa-Ressurreição. Os sacrifícios, a
penitência e o jejum que se fazem na quaresma têm sentido na medida em que eles
nos ajudam a concretizar o reino de Deus cujo ápice é a Páscoa. Isto significa
que a ressurreição de Cristo é o centro de nossa fé. É Jesus Cristo que vence o
mal e vence a morte. O mal, para Cristo, se caracteriza pela maneira egoísta,
orgulhosa e autossuficiente de viver, na desconsideração dos outros, no desinteresse
pelo próximo, sem amor. É da própria natureza humana o viver em comunhão. É
assim que Jesus Cristo nos ensina no evangelho. E a morte é (antes do descanso
definitivo no campo santo) a permanência no mal.
Uma resposta! A páscoa é uma
urgência porque é uma necessidade de cada um de nós. Precisamos fazer sérias
passagens de situações inumanas, de morte, de queda, de abismos, de absurdos
para o Cristo, o verdadeiro sentido e referência para a pessoa que não quer
viver sob o domínio do medo.
Cristo vive! Ele
ressuscitou e, esta é a razão de nossa alegria e esperança.
Feliz páscoa para
você e para a sua família!
Por: Pe. Edivaldo
Pereira dos Santos
Imagem: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário