Comunidade Olho D' água Grande. |
Numa região seca e de sol desgastante, tudo parece ser bem difícil. Esse é o
cenário da comunidade Olho D´agua Grande, localizada a 16 km da cidade de
Oeiras. Mas um casal vem afirmando a realidade de convivência com esse local: é
a dona Sandra da Silva Rolim Borges e o seu Julimar Alves Borges. Os mesmos são
casados, pais de três filhos, todos formados nas Escolas Famílias Agrícolas sendo
que estes possuem suas próprias famílias e moram em outras residências. Esse
casal é um exemplo, pois essa família poderia ter ficado acomodada diante da
realidade de sua região. PODERIA, porque felizmente não foi isso que aconteceu.
Dona Sandra nos conta que a realidade da família começou a mudar em 2005, com a
chegada da cisterna de 16 mil litros do P1MC e de uma barraginha construída
pela Fundação Dom Edilberto Dinkelborg. Segundo ela, quando a cisterna foi
implantada, o casal conversou e chegou ao acordo de produzir uma pequena
quantidade de hortaliças e criar animais (caprinos). Combinaram então que ela
ficaria com a horta, devido ser uma atividade que exige menos esforço físico e
seu esposo com a criação, pois esse era um sonho do seu Julimar.
Atualmente, no
quintal do casal é produzido: banana, acerola, mamão, ata, pimenta-de-cheiro,
cebolinha, coentro, abóbora, quiabo, feijão, milho, além de uma quantidade
razoável de galinha caipira. Além disso, o excedente da produção é comercializado
na cidade de Oeiras.
Seu Julimar fala com bom humor da satisfação de poder criar
seus animais: “Eu gosto por demais de
cuidar dos meus bodes, pois apesar da escassez de água no período da seca,
graças a Deus temos uma cisterna do P1MC e uma barraginha feita pela igreja do
padre João de Deus que já nos ajuda muito nesse período tão difícil”. Entretanto, a maior dificuldade encontrada
pelo casal ainda é a falta de água.
O casal conta com alegria que anteriormente a renda da
família era somente o cartão Bolsa Família; e hoje pode-se dizer que essa renda
quase triplicou graças ao esforço e dedicação dos dois, além da oportunidade
que tiveram em receber a cisterna de 16 mil litros.
Dona Sandra diz que está ansiosa e pedindo a Deus que o
projeto P1+2 (Uma Terra e Duas Águas), da ASA, chegue à sua comunidade: “Estou esperançosa e tenho muita fé em Deus
que esse projeto chegue até aqui, pois se isso acontecer vou aumentar ainda
mais meus canteiros e aumentar também a criação dos animais do meu marido. Não
tem nada mais gratificante do que acordar e ver que o meu esforço e do meu
marido tá dando certo”.
O senhor Julimar conta com orgulho que a vida do piauiense
como ele não é fácil, mas o povo nordestino tem coragem e disposição de sobra
para conviver com essa realidade. Basta que as comunidades corram atrás dos
seus ideais, e os representantes governamentais junto aos órgãos não
governamentais tragam cada vez mais tecnologias para a melhor convivência com o
semiárido.
Confira fotos:
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