O Fórum Piauiense de Convivência
com o Semiárido (FPCSA) vai realizar no dia 18 de julho em Pedro II o I
Festival das Sementes da Fartura do Piauí. O público esperado é de
aproximadamente 800 participantes, entre agricultores e agricultoras
familiares, técnicos, representantes de ONGs e de órgãos de pesquisa do
Governo. O evento promoverá o encontro de produtores da agricultura familiar de
todas as partes do Estado em um intercâmbio de conhecimento e trocas de
sementes, além do fortalecimento do patrimônio genético do Semiárido.
A finalidade do evento é
contemplar o trabalho realizado pelas entidades do FPCSA junto às comunidades
rurais do Estado. Através dos encontros e capacitações dos Programas de
Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido, os
agricultores e agricultoras são incentivados a preservar, resgatar, multiplicar
e guardar suas sementes nativas na busca de proteger o patrimônio genético de
cada região.
Com caráter também educativo, o
festival promoverá oficinas temáticas. As entidades que formam o FPCSA estão
fazendo junto às comunidades a mobilização e preparação para o evento, que
consiste na capacitação dos participantes no processo de produção, seleção,
multiplicação e embalagem das sementes de forma adequada.
No evento, ainda será realizada
uma caminhada com o objetivo de atrair a população. A concentração será na
Praça Lúcio Gomes a partir das 07h. Os participantes percorrerão a Avenida José
Lourenço Mourão até a Praça Domingos Mourão Filho, onde fica a Igreja Matriz
Nossa Senhora da Conceição, que receberá a Feira de Sementes.
O FPCSA é
uma articulação de organizações da sociedade civil que atua a favor do
desenvolvimento social, econômico, político e cultural do Semiárido.
Criado em
1990 com o nome Fórum da Seca, nasceu com o objetivo de discutir políticas de
enfrentamento dessa problemática.
Em 1997,
a rede foi rearticulada a partir de um novo olhar, quando recebeu a denominação
de Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido. A partir daí, foi configurada
a missão de materializar os sonhos de centenas de pessoas que acreditam no seu
potencial e querem melhorar as condições de vida na região.
Desde
então, o FPCSA trabalha para uma mudança de concepção do Semiárido como região
impossível de viver e contra a ideia do “combate à seca”, causador da
dependência e passividade política. A mudança para a perspectiva da “convivência”
com as condições climáticas locais promove valorização e respeito ao
ecossistema e propõe desenvolvimento sustentável da região, através da
cidadania.
SEMENTES DA FARTURA – ORIGEM DO NOME
As sementes sempre estiveram
presentes na vida dos agricultores e agricultoras. Sendo, portanto,
indispensáveis à vida no planeta. Cada povo, ao longo dos séculos, conforme sua
região e de acordo com as condições climáticas, vem selecionando e dando nomes
às variedades guardadas e armazenadas. Essas sementes nativas e de variedades tradicionais
ficaram conhecidas como Crioulas.
No Piauí, a exemplo de outros
Estados, produtores da agricultura familiar também sentiram a necessidade de
dar às Sementes Crioulas um nome que as identificassem de imediato como riqueza
herdada dos antepassados. Esse nome deveria representar soberania e segurança
nutricional e alimentar nas comunidades.
Desse desejo, no primeiro encontro
estadual das sementes, realizado em 09 de setembro de 2011, na sede do
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pedro II, o geógrafo e
assessor técnico do Centro Regional de Assessoria e Capacitação (CERAC), José
Maria Saraiva, analisando a quantidade de grãos que uma só semente é capaz de
produzir, o seu poder de multiplicação e a fartura promovida por ela, sugeriu à
plenária o nome Sementes da Fartura. A aceitação foi unânime. Nesse dia, as
Sementes Crioulas do Piauí foram batizadas Sementes
da Fartura.
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