quarta-feira, 24 de setembro de 2014

“Eu amo este lugar, só quem irá me tirar desta terra é Deus”


A Associação de Moradores do Assentamento Pinga, localizado a 14 km da cidade de São João da Varjota, é formado por 25 sócios. Um destaque especial para Maria de Jesus Gomes de Sá, lavradora, mãe de família, divorciada, e acima de tudo um exemplo de liderança e motivação para comunidade, segundo moradores do assentamento.
Dona Maria de Jesus tem 57 anos, natural da comunidade Carnaubal, município de Oeiras. Ela veio para o assentamento no ano de 2001 juntamente com seus pais, o senhor Pedro Vieira de Sá e a dona Silvina Gomes de Sá, dando assim início à fundação do assentamento. Com falecimento do seu pai, foi ela quem assumiu as atividades na propriedade, mesmo tendo 09 irmãos.
Dona Maria é uma grande batalhadora, pois cultiva em sua propriedade 06 hectares de pés de caju, além de outras cultivos como mandioca e feijão. Em seu quintal, tem ainda algumas plantas medicinais. A produção do caju é transformada em doces e cajuína, de forma bem natural, onde a família consome boa parte da produção e comercializam apenas os excedentes nas feiras livres da região, garantindo assim o sustento familiar.
A agricultora comenta que a maior dificuldade encontrada na região é a escassez de água, o que limita a sua produção. “Temos energia e estrada de qualidade e muita força de vontade de produzir, mas a falta de água limita um dos meus maiores sonhos que é o de trabalhar com hortaliças”.
Para a alegria da dona Maria, em 2003, ela foi contemplada com uma cisterna de 16 mil litros a qual é destinada para o consumo familiar. Hoje, dona Maria mora somente com a sua mãe, pois seus irmãos tomaram outros caminhos, e seus filhos foram morar em outras cidades. Ela nos conta que é apaixonada pelo semiárido e busca nele a melhor forma de convivência. “Minha filha, amamos eu amo morar aqui, sou apaixonada por este lugar. Meus filhos já tentaram muito me levar para morar com eles, mas jamais abandonarei este lugar. Só quem me tira daqui é Deus”, conta dona Maria.
Ao falar da cisterna-calçadão a alegria é grande em seu rosto. É através desta cisterna que dona Maria vai realizar o grande sonho de trabalhar com hortaliças, tornando uma fonte de renda extra e garantindo assim uma qualidade de vida melhor para ela e sua mãe dona Silvina.

Postagem: Graça Costa

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